FITORREMEDIAÇÃO: UMA TÉCNICA POTENCIAL EM ÁREAS AGRÍCOLAS CONTAMINADAS COM METAIS PESADOS

Resumo:

A contaminação de solos, desencadeada pelo rápido e, por vezes, irracional desenvolvimento
humano, impacta negativamente a qualidade e quantidade dos alimentos. Dentre os
contaminantes, os metais pesados (MPs) apresentam notoriedade, pois causam efeitos
deletérios aos humanos, como deterioração de DNA e inibição de neurotransmissores. Além
disso, afetam negativamente organismos vegetais, causando diminuição na taxa fotossintética,
diminuição no crescimento vegetativo, etc. Atualmente, o Brasil é listado entre os países na
zona de risco ecológico, devido a MPs, ademais, apresenta registros de contaminações por esses
elementos em áreas agrícolas no estado de São Paulo. Desse modo, é de suma importância a
utilização de técnicas que descontaminem os solos e, dentre essas técnicas, destaca-se a
fitorremediação. Essa técnica utiliza plantas como agentes remediadores, de modo que os
organismos vegetais ’remediarão’ os contaminantes. As plantas indicadas para essas funções
precisam apresentar “habilidades” especificas, como a hiperacumulção de contaminantes e
tolerância a estresses abióticos, por exemplo, a espécie popularmente conhecida por nabo
(Brassica rapa L.). A fitorremediação é indicada como sustentável e viável economicamente,
todavia, são raros, quando não nulos, estudos no Brasil que indiquem e comprovem seu
potencial econômico, tornando-se uma lacuna na literatura nacional. Por tanto, com vistas a
elucidar tal lacuna, conduzimos um cenário hipotético em um canavial, em Mogi Guaçu-SP,
com a presença de contaminantes acima do limite permitido pela CETESB
(cetesb.sp.gov.br/areas-contaminadas/relacao-de-areas-contaminadas) para poluentes
categorizados por ‘metais’ (definição genérica estabelecida por este órgão estatal), de modo a
simularmos a realização da fitorremediação utilizando o nabo. Utilizamos conceitos de
microeconomia para realizar os cálculos financeiros e aplicamos questionários com produtores,
revendas e usinas de bioenergia para estimar os custos produtivos. Nossos resultados obtidos
foram publicados no periódico ‘Revista Ciência, Tecnologia e Ambiente’ em formato de
Research Article’, presente ano 2022 [doi.org/10.4322/2359-6643.12213]. Constatamos que o
déficit econômico decorrente da fitorremediação foi da ordem de US$ 536,43/ha , valor superior
ao lucro anual de produção de cana-de-açúcar, US$178,81/ha. Ademais, em nosso cenário
hipotético, o custo da fitorremediação por m³ (considerando 0,20m de profundidade) é de
~US$5. Concluímos que a fitorremediação é uma técnica potencial e de fácil aplicabilidade
para descontaminação e conservação de solos poluídos com MPs em áreas agrícolas brasileiras.

Palavras-chave:

Brassica rapa, fitorremediação, metais pesados, viabilidade econômica.

Estudante-orientado:

Samuel Baldin Nogueira

Professor-Orientador:

Daniel Baron

Data da defesa:

24/11/2022

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